quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Filho doa células-tronco para ajudar pai a recuperar visão após acidente com cal na PB

Vítima teve queimadura química nos olhos após acidente e ficou com 5% da visão. Após cirurgia, paciente está com cerca de 70% da visão.

Filho doou células-tronco da córnea para ajudar pai a recuperar a visão, em Campina Grande (Foto: Luíza Maia Sales/Cesed)

Carlos José Santiago, 40 anos, doou células-tronco da córnea para ajudar o pai José Carlos Santiago, de 76 anos, a recuperar a visão. Há cerca de seis meses, o idoso sofreu um acidente com cal que atingiu os olhos dele, causando queimadura química, ficando com 5% da visão total.
Após passar por procedimento cirúrgico na semana passada, o paciente chegou a 80% da visão e nesta terça-feira (14) o retorno para a revisão comprovou que a revitalização da córnea está acontecendo com tecido sadio.
O acidente aconteceu enquanto ele pintava as paredes de um cômodo, o cal atingiu os dois olhos, em seguida ele lavou o rosto, mas não procurou o médico no mesmo dia. No dia seguinte foi para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, e foi encaminhado para atendimento especializado na clínica escola de uma faculdade particular.
A alegria de poder ajudar o pai encorajou Carlos José a enfrentar a mesa de cirurgia. “Quero ver ele fazer o que sempre gostou de fazer. Alguns amigos disseram que só fariam uma doação como essa por dinheiro, eu estou fazendo por amor. Eu sei o que ele passou para nos criar. Ele já me deu muito. Agora, só em dar a ele a chance de voltar a ver o bisneto, já vale”, contou.
Segundo o médico Diego Gadelha, que acompanhou o caso, o estado da queimadura química com cal causou uma inflamação aguda. “É uma queimadura química do mais grave tipo que pode existir no olho. É mais grave que uma queimadura provocada por ácido. No caso dele foi mais grave por ter sido nos dois olhos e por ele ter demorado a procurar socorro médico”, disse ele.
Para fazer a operação foi preciso tratar dessa inflamação e a última etapa foi a cirurgia. Com os dois olhos comprometidos, não seria possível realizar um transplante de células-tronco a partir do limbo de um dos olhos do paciente. A realização da cirurgia dependia de um doador, foi quando o filho se prontificou a fazer o transplante.
É muito gratificante. Saíram de mim dois pedaços do meu olho para o meu pai voltar a enxergar. Só aumentou o amor”, disse o filho.
Por G1 PB

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