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A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) esteve mobilizada na transposição do Rio São Francisco no primeiro semestre deste ano e deve retomar a pauta a partir de agosto.
Após
quatro audiências públicas com representantes do Ministério da Integração
Nacional em Brasília e no Rio Grande do Norte, os integrantes da CDR
promovem uma quinta atividade na Paraíba. O objetivo é pressionar o Poder
Executivo a entregar a obra concluída até o final de 2018.
De acordo com os senadores,
o projeto deve beneficiar 12 milhões de pessoas em 396 municípios dos estados
de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. São 477 quilômetros de
obras nos eixos Norte e Leste, além de 27 reservatórios com barragens, 4
túneis, 13 aquedutos e 9 estações de bombeamento. A obra é orçada em R$ 9,6
bilhões.
O Ministério da Integração
Nacional garante que as águas do Rio São Francisco chegará aos quatro estados
nordestinos ainda este ano. Em março, o então ministro Helder Barbalho esteve
no Senado e manifestou otimismo com o projeto.
“Nossa previsão é de que até
o mês de junho nós estaremos entregando água para o Ceará. A partir daí, é
apenas o caminho das águas. O Ministério da Integração Nacional não se furtará
à responsabilidade de garantir que as águas possam chegar até o Rio Grande do
Norte e à Paraíba, para que possamos assegurar que haja efetividade das águas
do São Francisco nesses estados”, afirmou.
O senador José Agripino
(DEM-RN) afirmou que os “percalços no andamento das obras” não foram
responsabilidade do Poder Executivo, mas da construtora contratada para o
trecho da transposição. Ele espera que as águas do São Francisco cheguem ao Rio
Grande do Norte até o fim do ano.
“É muito importante para
esta comissão conhecer com detalhes se a obra ficará realmente pronta em
dezembro. Chegaremos com água até dezembro em função das chuvas que caíram, mas
o que vai ser do próximo ano? O que vai ser dos próximos anos?”, questionou.
Revitalização
A senadora Lídice da Mata
(PSB-BA) defende a transposição. Mas advertiu que a medida não será suficiente
se não for acompanhada da revitalização do rio.
“O governo federal está
vendendo terreno na Lua com a obra da transposição do São Francisco. É que não
há rio a ser transposto: o rio está morrendo e não tem recebido recursos para a
sua revitalização. O próprio governo chegou a prever R$ 7 bilhões em dez anos,
e foi considerado pouco pelo Comitê de Bacias do São Francisco. Mas agora
querem dar R$10 bilhões em 30 anos. Isso é para revitalizar nada!”, criticou.
Em julho, a CDR promoveu
mais duas audiências públicas nas cidades de Currais Novos e Apodi, no Rio
Grande do Norte. A comissão deve realizar uma quinta atividade na Assembleia
Legislativa da Paraíba, em João Pessoa. Segundo Fátima Bezerra, o objetivo é
“conclamar a população” para que a obra não adiada. A data do debate ainda não
foi confirmada.
Orçamento
O
empenho dos senadores com a transposição se reflete no Orçamento da União. As
duas emendas apresentadas pela CDR ao projeto de Lei de Diretrizes O
empenho dos senadores com a transposição se reflete no Orçamento da União. As
duas emendas apresentadas pela CDR ao projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) para 2019 (PLN 2/2018)
tratam do assunto. A primeira, do senador Paulo Rocha (PT-PA), destina recursos
às obras de integração com as bacias dos rios Jaguaribe (Ceará), Piranhas-Açu
(Paraíba e do Rio Grande do Norte) e Apodi (Rio Grande do Norte). A segunda,
dos senadores Fátima Bezerra e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), beneficia a
obra de transposição no Canal do Xingó (Bahia).
O presidente do Senado,
Eunício Oliveira, também defendeu a transposição do São Francisco. “Eu tenho muito orgulho de ter
nascido no Nordeste, mas é uma região pobre, seca e sofrida. Nós vamos concluir
a transposição das águas do São Francisco até setembro ou outubro. É
extremamente importante que essa obra seja concluída para garantir esse bem
essencial de segurança hídrica ao cearense, ao pernambucano, ao potiguar e ao
paraibano”, declarou.
Postado por: Cacimbinha News.
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