terça-feira, 11 de outubro de 2022

Degradação da Caatinga preocupa pesquisadores.


PARAÍBA:

Publicado:11/10/2022

O Estado da Paraíba possui 92% do bioma Caatinga. Esta vegetação exclusivamente brasileira, predomina no Nordeste e está inserida no clima Semiárido. Entre 1985 e 2021, ocorreu um aumento de 125% de área de pastagem e 130% de área não vegetada, além de perda de 15% de vegetação arbustiva Estes e outros dados nacionais foram apresentados no Webinário “Desafios do Uso da Terra do Bioma Caatinga”, ontem, transmitido no YouTube. Áreas não vegetadas são aquelas que foram devastadas, mas não foram reflorestadas. Na avaliação do professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e coordenador da equipe Map.

Biomas Caatinga, Washington Rocha, o cenário do estado é preocupante. “Considerando que a Paraíba está localizada vizinha a área do núcleo de desertificação, no Rio Grande do Norte, este dado é extremamente preocupante”, analisou. Os municípios da Paraíba que apresentam um padrão de degradação elevado são Taperoá, Serra Branca, Junco do Seridó, Catolé do Rocha, Cabaceiras, Gurjão, São Domingos do Cariri, segundo o mapeamento dos biomas. Já a região Oeste, nas proximidades de Itaporanga, Curral Velho é uma área preservada.

Já na divisa do Rio Grande do Norte, os municípios de Vieirópolis e Picuí também chamam a atenção. Outro dado alarmante é que 47% das águas superficiais na Paraíba foram reduzidas. O crescimento da área de vastada e, posteriormente, abandonadas, não se justifica pela urbanização como acontece em outros estados. “ Neste caso, uma hipótese é a atividade de mineração nestes municípios”, complementou.

Dados nacionais No webnário foram apresentados o panorama atual do bioma Caatinga 202 de classes mapeadas pelo Bioma Caatinga 2021. Comparando com a caatinga em 1985, observouse uma redução de 6,9% da área florestal enquanto que a agropecuária ganhou 6,7%. Já os recursos hídricos perderam 0,273%. Entre 1985 e 2021, observou-se uma perda de vegetação nativa ( florestal e savânica) de 10,1% no bioma Caatinga. Já a agropecuária cresceu 24% da sua área nos últimos 37 anos, em contrapartida as áreas naturais perderam 10,54%, durante o período analisado.

Em compensação foram regeneradas 17,5% de vegetação secundária. Nos últimos 37 anos, 25,59% do bioma caatinga é correspondente a área antropizada- área cujas características originais foram alteradas. “A tendência é de redução das áreas florestais e de savana, enquanto as áreas de agricultura são cada vez mais elevadas”, frisou.

O total de áreas queimadas é de 15,9% do bioma, de 13.779 hectares. Por fim, a professora da UEFS, doutara Georgia Souza, ressaltou a importância do mapbiomas para a efetivação de políticas públicas. ”É uma ferramenta atual e essencial na geração de dados.

Ele permite compreender as condições das reservas naturais da biosfera da Caatinga, como elas se encontram, qual foi o processo de pressão e respostas que esses ambientes têm sofrido ao longo dos 37 anos. Assim ela poderá contribuir com a tomada de decisão do planejamento territorial e ambiental do nosso bioma, junto com a sociedade civil, universidades e instituições governamentais”, afirmou.

Jonatas Raulino

Com: Blog do Didi.

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