sábado, 28 de maio de 2016

No Brasil, só 35% dos estupros são registrados.

Adolescente vítima do estupro coletivo: 'Me sinto um lixo. O estigma é o que está me doendo mais' - Márcia Foletto / O Globo
RIO - O estupro de uma jovem de 16 anos, atacada por mais de 30 homens numa favela na Praça Seca e exposta em vídeo divulgado na internet, revoltou milhões de pessoas no Rio, no Brasil e no exterior. O caso já está sendo tratado como símbolo da luta para mudar uma realidade cruel: segundo estimativa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com base em informações das secretarias estaduais de Segurança, apenas 35% desses crimes são registrados nas delegacias em todo o país. Para piorar, a impunidade é grande. No Rio, dados do Ministério Público mostram que, em 2014, foram registrados 4.725 estupros no estado. No entanto, apenas 6% dos casos (um total de 286 inquéritos) viraram ação penal na Justiça.

Para a promotora Lúcia Iloízio, coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Violência Doméstica Contra a Mulher, entre as razões para a subnotificação, estão a vergonha que a vítima sente e o medo que ela tem do agressor — muitas vezes, um parente ou conhecido:
— É um crime hediondo, em que a vítima sente muita vergonha de ter seu sofrimento exposto. Isso acaba dificultando a apuração e contribuindo para a impunidade.
Revoltada com o caso da adolescente, Lúcia acha que o crime deve se tornar símbolo da luta para acabar com a violência contra a mulher:
— Vamos acompanhar o caso de perto, ajudando o promotor responsável no que for necessário, para que esse crime seja devidamente apurado e todos os envolvidos, punidos. Essa reação da população é muito importante e positiva. Vamos transformar isso numa grande campanha para mudar essa realidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Polícia Federal prende piloto de aeronaves em João Pessoa

  Polícia federal TRÁFICO INTERNACIONAL: Publicado hoje, 15/05/2024 A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quarta-feira (15), um piloto d...