O
presidente da Agência Executiva de Gestão de Águas (Aesa), João Fernandes,
solicitou nessa quinta-feira (18) ao Ministério da Integração que a vazão da
água do Rio São Francisco para a Paraíba seja aumentada. Enquanto isso, o açude
Epitácio Pessoa, em Boqueirão, segue dependente dessa situação e continua
perdendo volume. A solicitação foi feita pessoalmente em Brasília.
Fernandes
afirmou nesta sexta-feira (19) que é necessária uma vazão maior para perenizar
o Rio Paraíba até o açude Boqueirão. “Solicitei uma vazão regularizada, uma
vazão firme, de mil a três mil litros por segundo, para atendermos à demanda do
Cariri e perenizar o Rio Paraíba até Boqueirão”, explicou. Atualmente, a vazão
está abaixo do esperado e não seria suficiente para abastecer reservatórios da
Paraíba, como o Epitácio Pessoa em Boqueirão.
Poções
e Camalaú
O
gestor ainda comentou sobre as obras dos reservatórios de Poções e Camalaú, que
suspenderam o bombeamento para o açude de Boqueirão. Fernandes disse nessa
quinta (18) que a água está liberada, mas com quantidade reduzida, e defende
que seria possível aumentar essa vazão.
“Existe um pretexto que as
obras de Poções e Camalaú não estão completamente feitas, mas já dá para passar
água. A caixa de descarga de 50 centímetros de diâmetro, a da transposição, é
formada por dois tubos de 1,70m, 1,80m de diâmetro. Então dá pra passar sete ou
oito metros cúbicos por segundo. Embora as obras não estejam concluídas, já dá
para passar a vazão”, disse, reconhecendo que essas obras ainda não terminaram.
Ministério
da Integração Nacional
A reportagem tentou entrar em contato com a Secretaria de Recursos
Hídricos do Ministério da Integração Nacional, bem como com a Direção de
Projetos Hídricos, responsável pelas obras da Transposição do Rio São Francisco,
para explicar sobre a vazão da transposição para a Paraíba, mas os órgãos não
responderam até o fechamento desta matéria.
Obras
em Poções e Camalaú
As
obras nos reservatórios de Poções e Camalaú foram anunciadas em abril deste
ano, suspenderam o bombeamento de água da transposição para Boqueirão e
deveriam durar quatro meses.
O Ministério Público Federal
(MPF) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) identificaram problemas nas
obras e intervieram. As atividades atrasaram, só começaram em maio e deveriam ter
ficado prontas em setembro. Nesta sexta (19), o presidente da Aesa João
Fernandes disse que as obras ainda não foram concluídas, apesar de, segundo
ele, já terem condições de receber água do São Francisco.
Problema
com vazão não é inédito
Os
problemas com a vazão do São Francisco para a Paraíba não são inéditos. Desde
que a obra da transposição foi entregue no estado que há impasses envolvendo
essa situação.
Em julho de 2017, a vazão
reduzida adiou o fim do racionamento na região de Campina Grande. Em agosto do
mesmo ano, as bombas da transposição foram levadas da Paraíba para o Ceará, mas
a Aesa negou que isso fosse interferir na vazão.
Boqueirão
Conforme
a Aesa, nesta sexta-feira (19), o açude de Boqueirão marca 26,76% e segue
perdendo volume desde a suspensão do bombeamento da transposição e também
porque não há chuvas na região do Cariri. O reservatório abastece Campina
Grande e outras cidades da região.
Fonte: Cariri Ligado
Postado por Cacimbinha News.
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