segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Uma boa notícia neste Natal de 2015

Será possível?
 
Os dias não estão fáceis para os brasileiros. O país está doente, consumido em sua saúde por esquemas parasitários que tem como único objetivo enriquecer e tornar mais poderoso, a qualquer custo, quem já ocupa e não quer sair do poder. A educação de nossas crianças está inerte, em coma. Somos rebaixados em nossas avaliações internacionais. Pior que isso, nossa autoestima, enquanto brasileiros, está no chão. Estamos sem valores: não conseguimos confiar em nossas instituições. A lama, inclusive literalmente falando, rompe barreiras e provoca mortes e danos irrecuperáveis avançando, poluindo e sujando nossas terras, rios e mares. Sem condições de contenção. É muito maior do que a capacidade brasileira de estanca-la.
 
O sistema de saúde há tempos não garante saúde. Cuida muito, muito mal dos doentes. Vivemos uma época de três epidemias juntas: dengue, chikungunya e agora o zika. Todas causadas pela picada de um mosquito que, se não fosse o nosso descuido e desleixo irresponsável, poderia estar praticamente extinto do país. Os brasileiros que ainda não nasceram são agredidos dentro do útero materno e tem seu futuro definitivamente comprometido. Mulheres são orientadas, por autoridades de saúde, a retardar a gravidez. Que não se concebam mais brasileiros, até clareamento dos fatos. Duros tempos.
 
Notícia boa? 
 
Sim. Há um alento para todos neste Natal. Uma esperança que pode nos fazer recuperar um pouco a auto estima. Neste mar de lama e tragédia há um grupo de brasileiros que estão trabalhando com um afinco e seriedade que nos fazem orgulhosos. 
 
Foi criada em São Paulo uma força tarefa de cientistas com o único objetivo de estudar o zika vírus em profundidade, com o máximo rigor científico e a seriedade que o momento exige. 
 
Participam desta força tarefa cerca de 25 laboratórios de todo o Estado. São aproximadamente 300 pesquisadores, aí incluídos virologistas do Instituto Pasteur do Senegal, que aqui chegaram para nos ensinar técnicas que obtiveram sucesso no controle do Ebola. Esta força tarefa é coordenada pelo virologista Paulo Zanotto da Universidade de São Paulo. Os pesquisadores trocaram suas horas de sono por horas de trabalho e estudo. Tudo com o objetivo de fornecer, para nós brasileiros e também para o mundo, as respostas de que todos necessitamos para podermos tocar nossas vidas sem medo e sem boatos. 
 
Uma estratégia inovadora, por exemplo, será colocada em prática na cidade de São Carlos, que pode ser a primeira a se livrar do Aedes e, consequentemente das doenças que este mosquito transmite. Trata-se de um microrganismo chamado BTI (Bacillus thuringiensis israelenses) que é totalmente inofensivo para humanos e vertebrados, mas que tem o poder de eliminar as larvas do Aedes em criadouros. Exatamente assim: estes bacilos são colocados em pequenas esferas que são jogadas nos criadouros. Resultado: estudos apontam que o BTI é capaz de eliminar até 100% das larvas do Aedes, com um efeito duradouro de até 10 semanas.
 
Oswaldo Cruz venceu o Aedes no século passado. Orgulhamo-nos deste brasileiro. Neste Natal, observar e entender a disposição e a seriedade desta força tarefa, que tem na inteligência, na determinação e na persistência científica seu objetivo, para melhorar e dar mais qualidade de vida a todos nós e aos que ainda irão nascer, nos dá um alento muito grande.
 
Esta é a boa notícia. Há brasileiros em quem podemos, sim, confiar e acreditar.
 
Feliz Natal a todos. por Dra. Ana Escobar.

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