O ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Tarcísio Freitas afirmou que vai abrir mais uma rodada de negociações
com os caminhoneiros. Resolução com regras para cálculo do frete mínimo foi
publicada pela ANTT na quinta (18).
A resolução foi publicada pela ANTT, na última quinta-feira (18), após
passar por consulta pública e entrou em vigor no sábado (20).
Segundo o ministro, vai ser aberta uma nova rodada de negociação com os
caminhoneiros. Há uma reunião prevista para quarta-feira (24).
A nova tabela para cálculo do frete mínimo foi criada em conjunto com o
Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial, ligado à Universidade
de São Paulo (USP), e gerou críticas de caminhoneiros.
Em nota divulgada no final da manhã desta segunda, o Ministério da
Infraestrutura afirmou que solicitou formalmente a suspensão do novo piso
mínimo à ANTT.
O ministério informou que a votação sobre a suspensão cautelar da
resolução será feita em uma reunião extraordinária da ANTT marcada para 18h.
A pasta explicou que foi observada "insatisfação em parcela
significativa dos agentes de transporte" e que "diferenças
conceituais quanto ao valor do frete e o piso mínimo" devem ser novamente
discutidas com a categoria.
"O diálogo segue sendo o principal mecanismo com o qual vamos
buscar o consenso no setor de transportes de cargas. Por isso a importância em
dar continuidade às reuniões. Estamos desde o início do ano com as portas
abertas no ministério e esta tem sido a melhor forma de dar transparências às
decisões que estão sendo tomadas em conjunto", explicou o ministro
Tarcísio Freitas.
Caminhoneiros:
A categoria reclama que a nova fórmula não considera a remuneração dos
caminhoneiros autônomos. Um dos líderes do movimento de greve de 2018, o
caminhoneiro Wanderlei Alvez, conhecido como Dedeco, explicou que a resolução
não abriga a remuneração do caminhoneiro e só considera para o cálculo do piso
do frete os custos.
"Não existe remuneração. Existe um campo para colocar qual o lucro
o caminhoneiro quer receber, mas o embarcador não vai pagar porque não é
obrigatório", afirmou Dedeco.
Segundo ele, a categoria ficou mais calma com a notícia da revogação da
resolução e espera resolver a questão na reunião de quarta-feira (22) como o
ministro Tarcísio Freitas.
Novas regras:
A nova resolução prevê que 11
categorias de cargas serão usadas no cálculo do frete mínimo e amplia os itens
considerados no cálculo. Além da distância percorrida, o cálculo do frete
mínimo também considera o tempo de carga e descarga do caminhão, custo com
depreciação do veículo, remuneração do caminhoneiro, impostos, entre outros.
Quando divulgou a nova tabela, a ANTT
informou que a consulta pública sobre as novas regras recebeu 500 contribuições
e que "parte significativa dessas contribuições foram acatadas e serviram
de subsídio para o aprimoramento da proposta".
A tabela de frete foi criada no ano passado, pelo governo Michel Temer,
após a greve dos
caminhoneiros que bloqueou estradas e comprometeu o
abastecimento de combustível, de medicamentos e de alimentos em todo o Brasil.
A criação era uma das reivindicações da categoria.
Por Laís
Lis, G1 — Brasília
Postado por: Cacimbinha News.
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